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Quais são os tipos de armazéns disponíveis no mercado nacional para o acondicionamento de grãos produzidos no campo?

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Quais são os tipos de armazéns disponíveis no mercado nacional para o acondicionamento de grãos produzidos no campo?

Postado Sáb, 03 de Setembro de 2016, 18:00:00

Um novo ano começa e também o período de safra de importantes produtos agrícolas, como soja, milho, feijão, entre outras leguminosas e oleaginosas. É época de o agricultor colher o resultado de esforços realizados em meses de cultivo, fazer as contas do trabalho e planejar o próximo plantio. Mas o momento também é de grandes desafios para quem está envolvido na cadeia do agronegócio nacional, que tem de superar diversas barreiras logísticas para assegurar a entrega de mercadorias pelo país. 

Problema recorrente, a precariedade da infraestrutura brasileira atravanca o abastecimento do mercado com produtos agrícolas. Rodovias precárias, malha ferroviária limitada e baixa exploração de hidrovias criam dificuldades na distribuição. Terminais portuários com área insuficiente para movimentar grandes fluxos de materiais também dificultam o escoamento dos produtos para o mercado internacional. 

O espaço dos armazéns por aqui, abaixo do volume de produção, reforça o descompasso entre a boa produtividade da agricultura brasileira e o combalido sistema logístico interno. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), enquanto a capacidade total de armazenagem do Brasil é de cerca de 140,45 milhões de toneladas, entre mercadorias ensacadas e a granel, a produção estimada para a safra 2011/2012 é de mais de 157 milhões de toneladas. 

Para evitar perdas e garantir a qualidade no fornecimento para o mercado, o agricultor pode se prevenir com a construção de estabelecimentos próprios que acondicionem adequadamente a produção. Além de se certificar sobre a capacidade financeira para arcar com os custos calculados para levantar a obra, é importante definir quais as características técnicas e a localização do armazém de acordo com a atividade desenvolvida. 

Em um projeto de implantação de armazém em uma fazenda, recomenda-se levar em consideração fatores como área plantada, produtividade, tipos de produtos, tempo de armazenagem, condições de transporte em diferentes épocas do ano, nível de desenvolvimento tecnológico da propriedade e capacidade do proprietário de adotar novas tecnologias. 

Em se tratando de desempenho tecnológico, o estabelecimento pode ser classificado em três categorias diferentes: 

Nível A – alto desenvolvimento: unidades armazenadoras a granel dotadas de sistema de secagem e limpeza que permite a fumigação para o controle de pragas e todos os equipamentos e acessórios complementares; 

Nível B – desenvolvimento médio: unidades armazenadoras a granel ou em sacos que possibilitam o controle de insetos e roedores e são dotadas de sistema de secagem e limpeza; têm a possibilidade de evoluir da armazenagem em sacos para a granel; 

Nível C – baixo desenvolvimento: unidades armazenadoras em sacos ou espigas, com custo mínimo e sistema de secagem em terreiros ou secadores; podem ser construídas com materiais disponíveis na propriedade. 
 

 
As principais opções de estocagem

Da maneira mais simples, em sacos, à mais elaborada, a granel. O agricultor tem à disposição uma boa gama de meios para armazenar sua produção 

ensacados 
Guardar mercadorias agrícolas em sacos é a forma convencional de armazenagem. Conheça os modelos mais comuns: 

Galpões ou depósitos – unidades armazenadoras constituídas de adaptações feitas em construções que, originalmente, foram projetadas para outras finalidades. Por isso não apresentam o mínimo de características técnicas necessário a uma armazenagem segura. Assim, devem ser mais utilizadas em caráter de emergência, durante períodos curtos. 

Armazéns infláveis – modalidade construída de vinil ou polipropileno e que necessitam de ventiladores de alta potência para a sustentação da estrutura. Pelas características que possuem, são instalações tipicamente de emergência, montadas principalmente nas fronteiras agrícolas durante a safra. Têm como grande desvantagem a exposição às variações climáticas. 

Armazéns estruturais – feitos, na maioria das vezes, com os mesmos materiais dos modelos infláveis, porém mais resistentes e sem expor o produto às variações climáticas. Como contam com uma estrutura de sustentação, não necessitam de ventiladores. 

Paiois – muito comuns em fazendas que armazenam milho em espiga com pallha, são construídos com madeira em forma de ripas espaçadas entre si, o que favorece a aeração natural, além de ser montados com materiais do próprio local. 

a granel 
A armazenagem a granel é a que oferece mais benefícios. Contudo, há exigências. Além de investimentos mais polpudos, o produtor precisa ter melhor conhecimento técnico das operações e são necessários equipamentos que consomem mais energia elétrica. Os principais modelos são: 

Silos – unidades geralmente isoladas, feitas de chapas metálicas cilíndricas, com sistema de aeração. Podem ser verticais, com predominância da altura sobre o diâmetro e fundo em forma de cone, para facilitar a descarga, ou horizontais, com as dimensões da base maiores que a altura. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) criou silos de alvenaria circulares ou retangulares com sistema de aeração – e, como usam recursos da própria fazenda, têm custo baixo. 

Armazéns graneleiros – unidades horizontais de grande capacidade de armazenamento e, geralmente, divididas em compartimentos. De construção simples, estrutura horizontal com fundo em “V” ou “W” e semissubterrânea, apresentam menor investimento que o silo. 

Armazéns convencionais ou de sacarias – possuem compartimento único com fundo plano, no qual os produtos são estocados em blocos individuais segundo origem e características. São construídos em alvenaria, estruturas metálicas ou mistas, dotados de ventilação, impermeabilização do piso, iluminação e pé-direito adequado. 

Armazéns granelizados – unidades originárias da adaptação de armazéns convencionais e a granel, com fundo plano, o que dificulta a descarga. 

Baterias – correspondem a um conjunto de silos metálicos agrupados em torno de uma central de recebimento e processamento. São de capacidade variável, com facilidade de ampliação e adequação às necessidades da propriedade ou cooperativa. 

Silos-bolsa – também conhecidos como silobags, a estocagem de grãos a granel em bolsas de polietileno é uma modalidade econômica; o uso de tubos de polietileno permite a segregação quando se lida com produtos diferentes e se caracteriza por evitar movimentações que, em geral, têm custo elevado e provocam danos à qualidade das cargas. 

Fonte: GLOBO RURAL