Perguntas importantes que o produtor deve se fazer na hora de construir unidades de secagem e armazenamento
Perguntas importantes que o produtor deve se fazer na hora de construir unidades de secagem e armazenamento
Postado Ter, 04 de Outubro de 2016, 08:11:00
Secar e armazenar grãos faz parte, afinal, de meu negócio?
Se a resposta for positiva, poderá dar o próximo passo. Será perda de tempo, porém, tentar convencer alguém que pensa ao contrário a achar que isso seja um bom negócio. Esses produtores continuarão a trabalhar com cooperativas e cerealistas. E é pena, pois não sabem o que perdem.
O que o mercado consumidor exigirá de mim daqui a 5, 10 ou 15 anos?
Se você constrói hoje uma estrutura que mata, defuma e trinca o grão, pode ter certeza de que ela já morreu na casca e não terá perspectivas para o mercado no futuro. O assunto é bem diferente do que comprar um trator ou colheitadeira, que dentro de 8 a 10 anos poderão estar desatualizados ou sucateados. Uma estrutura própria para armazenamento e secagem deve permanecer atualizada e durar, no mínimo, entre 20 e 30 anos.
Que tipo de grãos eu quero obter?
Vivos ou mortos, com aroma ou com cheiro de fumaça, íntegros ou trincados?
Se o produtor for exigente e entender que grão vivo, íntegro e sem cheiro de fumaça vale muito mais, e que armazenar grãos em estrutura própria é a tendência que gera mais lucro e autonomia, já encontrará o que há de mais moderno em sistemas de secagem e armazenamento no Brasil. Existe ainda a seguinte incoerência da qual muito produtor não se apercebe: ele cuida da lavoura da melhor forma possível, colhe com máquinas modernas, às vezes axiais, exigindo desses equipamentos alta qualidade de colheita (poucas trincas e pouca impureza) e, então, acaba colocando seu produto de primeira num secador convencional a l00ºC, 120ºC e, às vezes, 150ºC! O resultado obtido, naturalmente, é totalmente diferente do esperado: altos percentuais de trincas, cheiro de fumaça e grãos mortos (com menor valor nutritivo). É como se preocupar com o pequeno vazamento de um tubo enquanto toda a água está sendo jogada fora no final da tubulação.
Há muitos exemplos na história da agricultura que demonstram que só quando se abandonaram idéias pré-concebidas é que apareceram os grandes avanços. Quando McCormick apresentou a primeira colheitadeira mecânica já foi assim. Todos sabem os benefícios que ela trouxe e a revolução que causou desde os primeiros momentos. No entanto, algumas gerações se passaram até que ela fosse plenamente aceita. E assim que caminha a humanidade.
Algum leitor pode se perguntar, no entanto:
“Mas, se secar e armazenar grãos em estrutura na fazenda é fácil, por que esse modelo ainda não se difundiu amplamente no Brasil?”
A resposta é simples. Esse modelo já é aplicado com sucesso há mais de 30 anos. Porém, em um país (EUA) cujo desenvolvimento na agricultura ainda não tivemos suficiente interesse em olhar mais de perto, mas que se o perdermos de vista estaremos perdendo mercado.
Fonte: calpar.com.br